28 de jun. de 2016

O triunfo da cor. O pós-impressionismo: obras-primas do Musée d'Orsay e do Musée de I'Orangerie

Ainda dá tempo!!! A exposição está em cartaz em São Paulo, no Centro Cultural Banco do Brasil, até dia 07/07/2016.
Fui semana passada e fiquei encantada. Gosto demais dos pintores dessa época, pela atitude livre e revolucionaria com que lidavam com a Arte: "Os impressionistas impõem a superioridade da percepção visual à expressão da sensibilidade contemporânea - em uma sociedade dominada pelo movimento e pela velocidade, sua pintura põe abaixo a concepção de uma arte baseada em cânones estéticos imutáveis. A subjetividade da percepção permite que a cor se emancipe das tonalidades regionais e de sua relação puramente mimética com a realidade." (Isabelle Cahn, curadoria científica da exposição)
Logo que a exposição começa, você se depara com Van Gogh, com suas cores vivas em pinceladas longas na tela. Ele escolhia as tonalidades de seus quadros de acordo com o efeito emocional que as mesmas causavam e dizia: "A cor expressa por si só alguma coisa".


Também encontramos Toulouse-Lautrec, com suas cenas de caráter banal e privado, retratando o mundo do espetáculo parisiense e dos prazeres noturnos.



Fico mesmo impressionada (sem trocadilhos, rs!) com a técnica do pontilhismo, representadas nas pinturas de Seraut, Signac, Pissaro, Cross entre outros. "Em 1883-1884, Seraut desenvolve um método científico, baseado na divisão das pincelas. As cores não são representadas diretamente: elas nascem da justaposição de tons, calculados em função dos seus efeitos ópticos. O olho recompõe a distância o conjunto de pontos e traços minúsculos aplicados sobre a tela de forma paralela ou perpendicular"


Caminhando pela exposição, encontramos outro grupo de pintores que também dão um lugar de destaque à cor em suas obras: os Nabis - profetas de uma nova arte (assim eles se definiam). A cor deveria realçar o tema da obra, e era apresentada ora em uma paleta suave, ora em cores mais vivas.


No subsolo do prédio, a exposição continua e temos um encontro com Monet, Cézanne, Gauguin, Derain, Matisse entre outros. Ao acompanhar esse caminho, percebemos a expressão da cor, na obra desses artistas, em uma liberdade cada vez maior. Olhem o que dizia Cézanne: "Pintar é registrar suas sensações coloridas". Na virada do século (início de 1900), a revolução cromática inaugura uma nova fase com os "Fauves", ou Fauvismo, que adotam cores puras e agressivas como uma forma de linguagem expressica autônoma. Essa ousadia cromática impõe a primazia das sensações visuais.



"O Fauvismo surgiu do fato de que nos colocávamos totalmente distantes das cores de imitação, e que com as cores puras obtínhamos reações mais fortes - reações simultâneas mais evidentes; e havia também a luminosidade das cores". Georges Duthuit, "Les Fauves", Les Fauves, 1949.

Observe o quadro abaixo, de Maurice Vlaminck. Temos a representação de uma natureza morta em um colorido agressivo, onde os objetos estão colocados e diferentes perspectivas. Nessa obra, o pintor brinca com o contraste entre o azul e o laranja, o frio e o quente, a luz e a sombra. O fato de alguns elementos como o quadro acima da mesa ou o prato em sua beirada aparecerem de forma torta, causando a sensação de desequilibrio, que por sua vez, traz a ideia de movimento à composição.



Enfim, esses são apenas algumas obras que eu destaco, mas tem muito mais!
Quem foi, ou ainda vai, conta aqui um pouco sobre a experiência!

Links interessantes: 


Referências das telas desse post:
1- Vicent Van Gogh (1853 - 1890) - Fritilárias coroa-imperial em vaso de cobre, 1887.
2- Henri de Toulouse-Lautrec (1864 - 1901) - La Toilette, 1889.
3- Paul Signac (1863 - 1935) - Jovens provençais no poço, 1892.
4- Ker-Xavier Rossel (1867 - 1944) - As estações da vida, 1895.
5- Claude Monet (1840 - 1926) - O sagueiro-chorão, entre 1920 e 1922.
6- Maurice Vlaminck (1976 - 1958) - Natureza Morta, 1910.






21 de jun. de 2016

Arteterapia com Idosos

No último final de semana, as arteterapeutas cariocas Luciana Machado e Sônia Santos estiveram aqui em São Paulo dando o curso "Como trabalhar ARTE com idosos", módulo I.


O que eu tenho a dizer? Que simplesmente foi uma experiência fantástica, em todos os sentidos!
Primeiro, porque admiro demais o profissionalismo delas - o cuidado com que preparam as vivências, a qualidade do material oferecido e a generosidade em compartilhar tantas experiências enriquecedoras!
Além disso, o grupo formado foi muito especial - a integração logo aconteceu, o clima foi de troca e muito aprendizado!

Sem falar na energia boa do local onde o curso aconteceu - na Comunidade Dedo Verde, formada por um grupo de amigos que tem a proposta de viver em comunidade, oferecendo trabalhos que promovam o desenvolvimento do ser humano de forma integral. Quem nos acolheu com muito carinho foi a Marina, que além de participar das atividades com sua arte, preparou deliciosas refeições veganas para o grupo! Gratidão, Marina!



O trabalho arteterapêutico com o idoso é de uma riqueza sem tamanho! É muito bom saber que a Arteterapia pode oferecer tantos recursos para o trabalho com esse público. Em um final de semana vivenciamos algumas técnicas que podem ser aplicadas com os idosos, e elas abrem caminhos para infinitas possibilidades.
Pudemos resgatar partes da nossa história, a partir do nosso nome,


plantamos uma árvore a partir de materiais improváveis,


inspirados na arte de Monet, nos arriscamos em uma tela em branco, colorindo a vida,



brincamos com as cores, descobrindo novas cores, na medida em que elas se misturavam na dança de nossas mãos,




construímos caminhos com massinhas, mas de uma forma totalmente inusitada,




aproveitamos o momento junino e nos inspiramos na obra de Volpi para criar com bandeirinhas a nossa cena,


entramos em contato com os opostos da vida...



E teve muito mais! Trabalhos com memória, cognição, dança sênior...
Não posso deixar de mencionar a Nina, integrante da Comunidade Dedo Verde, que também teve uma participação bem ativa em nosso final de semana!



E mais uma vez, agradeço às queridas Luciana e Sônia, pela disponibilidade com que nos atenderam, e à querida amiga Rosane, que organizou tudo com muito carinho e atenção!


Com certeza, o trabalho realizado nesse fim de semana foi inspirador e terá muitos desdobramentos!
Saí cheia de sementes que serão plantadas e cuidadas, para que deem lindos frutos.
E para fechar, deixo um texto que nos foi entregue, para refletirmos: De que forma estou vendo a minha vida? Como faço as minhas escolhas?

Receita da Dona Cacilda

Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda e tão elegante, que todo dia, às 8 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada, discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão. E hoje ela se mudou para uma casa de repouso; o marido, com quem ela viveu 70 anos, morrei recentemente e não havia outra solução.
Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas de tecido florido que enfeitavam a janela. Ela me interrompeu com entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorro.
- Ah, eu adoro essas cortinas!
- Dona Cacilda, a senhora ainda não viu seu quarto, espera mais um pouco.
- Isso não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada. Vai depender de como eu preparo a minha expectativa. E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do corpo que não funcionam bem ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
- Simples assim?
- Nem tanto. Isso é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo “treino” pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em consequência, os meus sentimentos.
Calmamente ela continuou:
- Cada dia é um presente. E enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua “conta de lembranças”. E, aliás, obrigada por seu depósito no meu Banco de Lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.
Depois, pediu-me para anotar:
1.                 Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe seu médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago.
2.                 Frequente, de preferência, seus amigos alegres. Os “baixo-astrais” puxam você para baixo.
3.                 Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é oficina do diabo e o nome do diabo é Alzheimer.
4.                 Curta coisas simples.
5.                 Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego; ria para você mesmo no espelho, ao acordar e que o sorriso seja a sua última atitude antes de dormir.
6.                 Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é você mesmo. Esteja vivo enquanto viver e seja uma boa companhia para você mesmo.
7.                 Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: pode ser a família, os amigos, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é seu refúgio, sua mente seu paraíso.
8.                 Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, melhore-a da maneira mais simples: caminhe, sorria, beba água, ore, veja comédias, leia piadas ou histórias de aventuras, romances, comédias.
9.                 Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para cidade vizinha, para um outro país, pegue carona numa cauda de cometa, imagine os mais diversos objetos formados pelas nuvens no céu, mas evite as viagens ao passado, pois você pode fica retido na estação errada. Escolha as lembranças que quer ter; não se deixe dominar por elas ou perderá o direito à escolha.
10.             Diga a quem você ama que realmente o ama, e diga isso em todas as oportunidades, através do olhar, do toque, das palavras, das ações diárias e do carinho. Seja feliz com seu próprio sentimento e não exija retribuição. você terá, de graça, o que o outro sentir; nada mais, nada manos.
(Texto retirado do livro: Códigos da Vida, Legrand, Soler Editora)

E você, já pensou qual é a sua receita de vida?

Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho da Luciana Machado e da Sônia, ela tem um página no facebook. Clique aqui

E a Comunidade Dedo Verde também. Clique aqui.

7 de jun. de 2016

A importância dos Mitos na Psicologia e na Arteterapia


Por que a Psicologia muitas vezes utiliza os mitos? De que forma eles permanecem significativos para nós? Vocês já perceberam que ao ouvir um mito, alguns conteúdos afetivos essenciais são despertados, eles "mexem" com algo dentro de nós, como se nos reconhecéssemos naquela narrativa, no conflito daquele herói, nos desafios e conquistas da jornada.

Estudamos os mitos porque justamente eles nos dão pistas sobre a nossa psique, eles nos revelam. Eliade define: "O mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e interpretada através de perspectivas múltiplas e complementares. O mito conta com uma história sagrada (...). É esta irrupção do sagrado que realmente fundamenta o Mundo e o converte no que é hoje (...). O mito é considerado uma história verdadeira, porque sempre se refere a realidades. A principal função do mito consiste em revelar os modelos exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas. Compreender as condutas míticas equivale a reconhecê-las como fenômenos humanos, fenômenos de cultura, criação do espírito."

Para Jung, a sobrevivência dos mitos ao longo do tempo, sua vivacidade tão colada na experiência humana tem uma explicação: "É inevitável que os produtos do inconsciente coletivo, isto é, os quadros que de forma inequívoca acusam caráter mitológico, sejam alinhados dentro de seu contexto histórico-simbólico, pois constituem uma linguagem inata da psique e da sua estrutura, e de forma alguma são aquisições individuais no que se refere à sua forma básica". Aqui, Jung nos conta sobre os arquétipos, que de forma muito ampla, são matrizes herdadas, que pertencem à toda humanidade, sem um conteúdo definido. O que definirá o conteúdo de cada arquétipo, para cada pessoa, serão suas experiências ao longo de sua história, na relação com o mundo, com o outro e consigo mesma.
Por esse motivo, o estudo do mito é tão importante para Psicologia, pois oferece uma compreensão da psique humana em sua totalidade conciente-inconsciente.

Vamos tomar como exemplo a Jornada do Herói. A estrutura dessa jornada nos aponta para muitas formas de compreender e elaborar a nossa própria jornada na vida. Empreendemos diversas vezes o ciclo da jornada do herói em nosso caminhar, e a cada vez que isso acontece, temos a oportunidade de ampliar a nosso autoconhecimento e autenticar nossos recursos internos no enfrentamento dos desafios diários.
Vejamos: o herói, filho de um Deus com um humano, é o guardião das transformações que ocorrem no contato com o desconhecido, com o perigo, o desafio. Diante disso, alguns padrões antigos e conhecidos se desmancham, dando lugar ao novo, a novas bases de segurança para a personalidade.
Quantas vezes nos percebemos enredados nessa estrutura? Algo que fazia sentido já não ocupa o mesmo lugar de importância, o que gera um desconforto que nos empurra para fora, para o perigo do desconhecido, em busca de algo que nos dê de volta a sensação de conforto, a sensação de que as coisas estão no lugar que deveriam estar. Nessa busca, enfrentamos inimigos (que às vezes podem ser nós mesmos), descobrimos nossos recursos (características que, até então, pensávamos não possuir) encontramos o nosso tesouro (poder pessoal, autoconfiança) e retornamos ao lar, mas agora, transformados pelas experiências vividas no caminho. Com certeza, muito mais preparados para as próximas aventuras que a vida nos oferecer.   

Por isso, a jornada do herói é arquetípica e nos fala de trasnformação. 

Quando aceitamos partir em função de um chamado, estamos nos colocando em uma posição de abertura para que a vida aconteça, pois vida é transformação, e a cada processo de transformação nos conectamos mais com a nossa essência, para aprendermos a ser quem realmente somos.  


5 de jun. de 2016

A matriz de todo processo

Nos posts anteriores traçamos a relação entre a Alquimia e o processo psicoterapêutico (clique aqui para ler o post), apresentamos as características da Opus Magnum (clique aqui), a matéria prima (clique aqui) e falamos sobre o vaso alquímico (clique aqui), local onde os alquimistas realizavam a transmutação da matéria, que relacionamos ao ambiente terapêutico ou ao nosso próprio ser.
Dando continuidade a esta série, gostaria de falar um pouco sobre uma questão muito importante: o homem está muito afastado da natureza e dos próprios instintos, e por isso Jung percebeu a relevância da Alquimia para recuperar esse contato. Para a Alquimia, a natureza é a matriz da Opus Magnum, é o princípio feminino. Esse princípio, para Jung, corresponde ao incosciente coletivo, onde brota a nossa cosciência.
Ao percorrermos a História da Filosofia, muito facilmente podemos encontrar a oposição entre matéria e espírito. Mas como podemos explicar a morte sem explicação de bebes saudáveis, ou o fato de um membro do casal morrer e logo em seguida o outro também morre? Para Jung, esses fatos acontecem porque não há separação entre matéria e espírito, o que existe é uma falta de conexão com a matriz, e isso resulta em uma falha psíquica.
A matriz é um princípio arquetípico que gera, nutre, acolhe e coloca o homem em contato com a força do viver. Esse arquétipo é muito antigo e todos os seres vivos participam dele.  
Jung chama nossa atenção para esse esquecimento: o homem moderno se afastou dessa matriz, cindiu a relação entre a matéria e o espírito, relegou o corpo à segundo plano. Não estamos falando do corpo perfeito que é buscado nas academias e através de fórmulas mágicas, tão em pauta em nossa sociedade. Estamos falando do corpo que é nossa morada, o corpo que habitamos e que é marcado por nossas escolhas. O corpo que é natureza, e a natureza é a mãe de todas as coisas, e a alma do universo.
Jung nos diz que tanto a matéria, quanto o espírito, não podem ser comprovados pela ciência... a matéria ainda é um mistério! O homem da antiguidade sabia disso e não se incomodava. A matéria/corpo tinha uma conotação sagrada. Mas o homem moderno quer dominar o mistério e definir a matéria a partir de explicações objetivas e comprovadas cientificamente. Acaba-se com o mistério. Cisão entre matéria e mistério.
Contudo, o homem precisa desses dois âmbitos - o conhecido e o mistério a ser conhecido - e poder equilibrar-se entre eles é o que torna a vida interessante. Mas a modernidade cindiu essa dupla e propôs explicações razoáveis para tudo. No consultório psicológico, muitas questões que os pacientes trazem são decorrentes dessa cisão, e o que eles buscam é a responsta pronta, organizadasm, afinal... tudo tem uma explicação!
Mas sabemos que não é bem assim, que nem tudo tem uma explicação. E ficar com essa ideia é bem angustiante. Então, baseada no pensamento de Jung, proponho um caminho possível: uma reaproximação com a natureza, com a nossa matriz. E a matriz se apresenta em nossos sonhos e fantasias com uma veracidade que deve ser considerada. Precisamos fazer como os alquimistas e transformar o conteúdo de nossa psique, a partir dos processos clínicos, em uma compreensão mais ampla acerca de nós mesmos. Isso promove a aproximação de quem somos, ultrapassa a cisão matéria/espírito, amplia qualquer tentativa de explicação teórica, pois abre novas possibilidades de sentido. 
É preciso acreditar que as respostas estão dentro de si mesmo, caso contrário, não compensaria o gasto de energia buscando a cura. Infelizmente, muitas pessoas perderam essa confiança... 
Vejam que interessante a figura abaixo, de M. Maier. Nela temos uma figura feminina, toda formosa e confiante, representando a natureza e logo atrás a figura de um alquimista debilitado, que usa uma bengala e uma lanterna e segue a natureza, que lhe abre caminhos. 

Nessa figura podemos encontrar o caminho proposto acima: um contato maior com a nossa natureza, um diálogo mais íntimo e verdadeiro com essa força que habita dentro de nós!
De que forma? Eis algumas dicas:
Conversar com um antepassado, rezar e pedir inspiração para a natureza, ouvir uma música que lhe toque profundamente, fazer a leitura de uma poesia ou um romance, folhear um livro de arte para apenas ver suas imagens. Estar presente, no aqui e agora, pois no cotidiano está incluído um poder imenso de sacralidade.
Vamos nos aproximar dessa potência criativa, abrir espaço para novos sentidos, descobrir nossos recursos de transformação e construir um caminho mais autêntico, que represente nosso viver muito mais do que teorias prontas. Que essa natureza criativa seja nosso guia!